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TAKEitGame

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Tirando o pulso da E3


É estranha esta disparidade de percepções.

Nos últimos dias, apesar de calado, tenho feito por andar atento. E aquilo que mais achei curioso foi o facto de para os nativos a E3 morreu. Para os estrangeiros vive.

Quem tem razão? Quem é que de facto mediu o pulso da coisa em condições?




A E3 até ao Verão de 2006 foi crescendo em alarido e significância de uma forma que muitos considerariam descontrolada. Apesar de se ter vindo a marcar como a meca na indústria dos jogos, era notória a camada de gordura que se ia acumulando de ano para ano. Maiores expositores, mais ruído, mais hype, mais miúdas e menos roupa a tapá-las, ao ponto de, para os anos finais, se começar a tornar mais feira de vaidades e menos feira de tecnologia do entretenimento.

Vem 2007 e um novo formato. Mais pequeno. O LA Convention Center foi deixado de parte, passando as conferências e as demonstrações a decorrer em salas de hotel dispersas por LA. Uma logística vergonhosa fez com que as coberturas dos jornalistas fossem insuficientes, sendo os próprios obrigados a escolher quais os eventos a assistir, andando a correr na cidade dum lado para o outro. Foi considerado um barrete.

Entra 2008. A gerência muda, e é um tal antigo consultor de tecnologia da administração Bush a tomar as rédeas. Um senhor sem visão nem o estatuto na indústria necessário para segurar as grandes editoras. EA, Activision, Ubisoft, e várias outras assumiram desde cedo que não haviam de participar.

Segue-se o calendário. A E3 ganhou muita da sua proporção através da sua relevância estratégica nos calendários das editoras. Os anúncios na feira tipicamente de Maio serviram muitas vezes como base para a construção do hype durante a época baixa. Devido à E3, durante o Verão ouvia-se na distância o crescer da tempestade. Assim que se entrava em Outubro, já eram mais que muitos aqueles que tinham a sua ânsia de pôr as mãos nos brinquedos novos ao rubro.

Este ano? Este ano, nenhum anúncio da E3 pode ser considerado verdadeiramente novidade (Microsoft, tens que aprender a guardar segredo). Ou se de facto é novidade, dificilmente se pode contar com um produto acabado num espaço de 6 meses (esta dedico-a à Sony). Para quem estiver a tomar conta, a Nintendo também não anunciou nada verdadeiramente hype'tástico.

Obviamente que para quem mora nos EUA e tantas vezes sentiu o impacto profundo de várias E3's ao longo do tempo, estes dois últimos anos foram péssimos. Os europeus, por sua vez, tudo normal. Continuam a sair anúncios, business as usual, para quem está longe. Para quem está perto parece que o Carnaval seguiu sem samba.

Já várias vezes disseram "este é o último ano da grande feira", mas ela ainda resiste. Será que para o ano há mais? Não digo que esteja viva, nem morta. Mas ouvem-se bem as bombas da respiração artificial...

P.S.: Apesar do anúncio do FFXIII na Xbox ser significante (e possivelmente aquilo que gerou mais conversa), do jogo não se viu grande coisa em concreto, portanto -1 por isso.

4 comentários:

PT Lyon disse...

alguma coisa tem de haver...

se não se chamar E3, chama-se A4 e é noutro sítio qualquer xD

Tem muito mais piada estes eventos do que uma simples press release de uma novidade qualquer.

António Ferro disse...

Sem dúvida, sem dúvida que tem. Mas tens também as GDC's, e os eventos das próprias editoras, que neste momento fazem mais pela indústria que a actual E3.

E3 era sinónimo de "o maior evento de todos"... E a coisa ou volta ao que era ou tá muito mal arranjada.

O Ritticello já ameaçou :P

Unknown disse...

Eu cá quero é a leipzig agora em agosto e depois a TGS. Sempre foram locais mais propícios a belos anúncios na minha consola visto a E3 ser nos EUA e esse mercado esteja dominado por Xbots.

António Ferro disse...

Só assim de cabeça, a passagem de exclusividade do Final Fantasy, da Nintendo, para a Sony ocorreu numa E3.

Foi numa E3 que o Final Fantasy VII foi anunciado.

A E3 diz respeito a todos, mesmo estando o mercado controlado por uma ou duas empresas (tanto a MS como a Nintendo já passaram a barreira das dez milhões de unidades vendidas nos EUA).

 

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