Foi há cerca de 9 anos que me deparei com uma capa de um jogo toda bonita numa loja e o decidi comprar. Foi há 9 anos que tive o meu primeiro encontro com o Solid Snake e com o mundo de Metal Gear. E tanto mudou desde essa altura! Vejam o Solid Snake, velho e sem folego, a Meryl mais boa... soldado e com as suas belas... armas a comandar a Rat Patrol 01. Até o Otacon apresenta um ar mais geek devido ao acrescento de uns tantos poligonos. Mas por muito que tenha mudado o espirito Metal Gear permanece, ainda melhorado e não é só pelos novos gráficos ou novo gameplay. É a forma como o jogo nos é apresentado. Nota-se muito a evolução desde os velhos tempos da Playstation.
Começando pela história. Qualquer fã de Metal Gear Solid irá encontrar em Metal Gear Solid 4 todas as respostas às suas perguntas sobre a jornada de Solid Snake e muito mais.
A história é maioritáriamente apresentada sob a forma de cutscenes (deixando para trás as extensas conversas de codec dos antigos Metal Gear) tendo algumas conversas de Codec mas que com a introdução dos modelos das personagens em 3D as torna muito menos enfadonhas.
Existem, como devem saber, cutscenes de tamanho bem alargado e preparem-se para ficar muito tempo a ve-las pois cerca de metade do jogo são cutscenes mas não pensem que isto é forçosamente uma crítica! Obviamente que podem gostar mais ou menos das cutscenes mas é impossivel ficar-se indiferente às mesmas, as vozes estão muito bem conseguidas e todo o ambiente das cutscenes está muito bem estudado fazendo com que pareça que estamos a ver um (bom) filme.
A coreografia das lutas é brilhante e o jogo conta com alguns dialogos (e monólogos!) memoráveis. A história irá levar-vos a 5 zonas diferentes do globo e preparem-se (os fãns da série) para uns belos capitulos finais que irão trazer memórias!
A história é brilhante e a forma como esta nos é contada é certamente um passo em frente nos videojogos. O jogo consegue ter momentos altamente tensos, momentos engraçados que vos vão fazer rir e momentos que vos irão levar às lágrimas. É uma obra prima, principalmente para quem esteja familiarizado com os jogos anteriores da série.
Não poderei falar muito sobre o plot em si de forma a não revelar nenhum spoiler e o que é certo é que o que possam ter visto do jogo nos diversos videos não lhe faz justiça pois ainda muito não foi mostrado, tudo o que viram é apenas do primeiro Acto do jogo e acreditem que muito mais vos espera.
E assim passamos à jogabilidade. Apesar das diversas melhorias à mecanica de jogo quem jogou os anteriores irá sentir-se em casa. Os controlos foram vastamente melhorados e foram adicionadas muitas melhorias em todos os sentidos mas o “feeling” característico da saga não se perdeu, continua a ser um Metal Gear!
Podem contar com gadgets novos como o Solid Eye que vos oferece três modos (Visão noturna, normal em que recolhe informação de enimigos e itens, binóculos) ou o Metal Gear Mk. II que é um pequeno robô que podem utilizar para verem o que vos espera mais à frente e até para colocar inimigos inconscientes fazendo uso da invisibilidade do gadget e do seu braço magnético que debita choques electricos. Podem contar com um vasto arsenal de armas (dos mais vastos que tenho visto em videojogos) tendo todas as armas que possam imaginar algumas com a opção de lhes colocarem vários add-ons como miras ou grips para melhorar a estabilidade.
Estas armas podem ser compradas ao vosso novo amigo Drebin, um vendedor de armas que pos permite trocar armas apanhadas ao longo do jogo por pontos que por sua vez podem ser trocados por novas armas ou para desbloquear armas que tenham apanhado. Armas estas que parecem uma opção bem mais viável pois foi introduzida uma nova camera no jogo o que torna mais fácil disparar eficientemente quando são descobertos. Podem contar com a octocamo que é um fato que o Snake tem que funciona mais ou menos como a camuflagem do Metal Gear Solid 3 mas agora automaticamente. Isto significa que o fato irá assumir o padrão do que estiver a tocar tornando mais rápida a navegação pelo mapa não tendo de ir ao menu cada vez que mudam de local.
Existe uma variedade de novos ataques CQC (close quarters combat a.k.a. jackie-chan style) se quiserem colocar um enimigo no chão rapidamente ou até usá-lo como escudo humano. Seja a passar despercebido ou a matar qualquer soldado que vos apareça à frente não vão ficar desapontados com os detalhes deste Metal Gear Solid e tudo vai parecer natural após algum tempo com o jogo.
Esperem grandes mudanças em termos de jogabilidade de acto para acto o que faz com que o jogo pareça sempre diferente e ainda realça mais a sua qualidade. Podem esperar momentos épicos que não vão esquecer tão cedo ao longo deste jogo, momentos esses que não posso revelar de forma a não estragar a experiência ao leitor. Mas acreditem que o jogo tem momentos únicos!
De um modo geral a jogabilidade foi bastante melhorada e isso reflecte-se no produto final sendo um jogo mais intuitivo e mais adaptado aos dias de hoje. Grande parte destes jogos estão focados num tipo de jogabilidade acabando por os outros elementos não parecerem tão intuitivos mas neste jogo isso não acontece tornando perfeitamente viável entrar a matar sem parecer que não estamos a jogar o jogo que foi feito. O único defeito é mesmo deixar-nos indecisos sobre qual a forma que queremos utilizar para enfrentar uma certa situação pois são ambas divertidas e eficazes.
O grafísmo... Algo tão falado nos ultimos tempos. Parece que é a feature mais importante dos jogos ultimamente. Acho que se confunde bastante o grafísmo com a construção dos cenários e de tudo o que vêm num jogo, com o trabalho dos designers. É verdade que o jogo tem modelos de personagens fabulosos como nunca se viu num jogo e que os gráficos são excelentes mas também é verdade que algumas texturas têm uma baixa resolução. Mas nada disto é relevante perante o trabalho desenvolvido pelos designers e dos produtores.
Sim, o jogo é bonito, mas o que o torna numa obra de arte é a forma como tudo é colocado no mundo, a forma como os NPC interagem uns com os outros, a forma como vemos as batalhas a decorrer à nossa volta. O ambiente deste jogo seja em batalha ou não é brilhante puxando-nos para o mundo criado por Hideo Kojima e a sua equipa de uma forma tão intensa que é preciso piscar os olhos quando nos afastamos do mesmo para olhar pela janela.
As cutscenes com o motor de jogo e gráficos do jogo em si estão espectaculares e quando ocorre a transição de uma cutscene para o jogo em si e nos apercebemos que podemos jogar o que acabamos de ver é sempre um belo momento. O jogo leva-nos a cinco locais completamente diferentes incluindo algumas surpresas que irão deixar qualquer fã de Metal Gear a salivar.
Visualmente é um jogo fabuloso e imersivo que não vão querer deixar passar ao lado. É um showcase do poder da nova geração de gráficos a não perder.
Bom, e depois de passarem o jogo? Não se preocupem, ainda têm muita diversão pela frente no Metal Gear Online! O modo online conta com os típicos DeathMatch e Team DeathMatch e variações de capture the flag mas é no modo Sneaking que está a beleza. Neste modo um jogador irá ser Snake e outro o robô Mk. II enquanto que duas equipas lutam entre si tentando também não ser mortos pelo Snake.
Quem tiver a sorte de ser Snake ou o Mk. II irá ter ao seu dispor práticamente tudo o que existe no single player e tudo funciona bastante bem. Um jogador experiente consegue mesmo tornar-se invisível com a octocamo e apanhar de surpresa outros jogadores.
O jogo vem com um sistema de pontos (semelhante ao utilizado no Counter Strike Source) que vos permite “comprar” melhores armas utilizando os pontos ganhos na ronda anterior. Podem também contar com uma série de “skills” que melhoram ou adicionam novas habilidades e que podem ser aumentadas ao longo do jogo além do próprio nível do jogador. Têm ao vosso dispor 6 slots onde podem colocar diversas skills utilizando skills mais avançadas mais do que um slot o que adiciona uma componente táctica ao jogo.
De um modo geral este é um jogo feito com alguns pormenores para agradar os fãns da série mas não pensem que não vão gostar do mesmo se nunca tiverem jogado os anteriores pois de certo que apesar de conter algum conteúdo que apenas os fãns irão realmente apreciar este regresso de Solid Snake traz uma experiencia rica e gratificante para quem fizer agora a sua entrada no mundo criado por Hideo Kojima. E que bela altura para o fazer. Este jogo proporcionou-me das experiências mais gratificantes num videojogo e é uma obra de arte que prova que os jogos ainda podem vir a ser algo mais do que apenas realizar uma série de tarefas para atingir um objectivo. Os jogos podem ser uma forma viavel de contar uma história, uma boa história!
Não vou classificar o jogo pois não encontro um sistema de pontuação verdadeiramente justo neste mundo que são os videojogos em que comparar dois jogos é cada vez mais difícil devido ao diferente conteúdo de cada um. Acho que quem ainda estiver a ler estas linhas saberá de certo o que achei do jogo e que recomendo vivamente a todos darem uma hipótese ao velhinho Solid Snake pois ele ainda tem muito para vos oferecer.
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O beat'em up Soulcalibur vai estar disponível via Live Arcade na X360, já a partir de amanhã.
