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TAKEitGame

sábado, 14 de junho de 2008

[Opinião] Uma Guerra Sem Esperança

Recentemente dei por mim a matutar na seguinte questão: irá haver um vencedor claro na guerra de consolas desta geração?

A resposta rápida será: "d00d, Nintendo is teh winn0rz!" A DS e a Wii dão soberania absoluta em número de consolas vendidas.

Acho essa uma resposta simplista. Se repararmos bem, a Wii é um fenómeno com um comportamento similar a um vírus. Um curioso compra a consola. Excelente brinquedo de festas, convidam-se amigos e todos ficam impressionados. Por ser acessível, esses amigos decidem arranjar uma para eles. Entretanto convidam alguém que fica impressionado... E assim vai, on and on...

A vertente online é terrível, as capacidades multimédia, limitadas. Mas é vendida como consola. E como consola faz o que lhe compete. Não tenta ser hardcore, não é aí que está o filão de ouro.

A Sony tentou vender um aparelho para a sala que pretende arrumar com todos os outros. Faz sentido. A Sony nunca foi exclusivamente para os jogos. Interessa-lhe a distribuição Blu-Ray. Assegurando que a sua plataforma toca tudo o que é média, além do facto que vendem excelentes televisores, está claro o seu posicionamento.

No entanto a PS3 continua um item de luxo. Não consegue replicar a Nintendo, na medida que nem todos os que ficam impressionados decidem dar um saco de dinheiro aos senhores da Sony. Além do mais, muitas pessoas já têm as suas necessidades multimédia satisfeitas, com leitores de DVD e de MP3, aparelhagens e frigoríficos. Filmes em Blu-Ray ainda são caros, e os jogos não são muito convenientes. Afinal, tanto espaço de armazenamento, e continua a padecer de males comuns a discos mais pequenos.

Depois, os putos novos. A Microsoft. Não sei se é por ter começado nos PC's, onde os primeiros jogadores foram sempre pessoas aptas (afinal, a necessidade de resolver problemas de drivers aumenta as capacidades de desenrascanço informático de qualquer um), mas é um facto que o seu posicionamento foi sempre mais apelativo a jogadores dum nicho mais pequeno. E depois duma tábua de salvação chamada Halo, afunilaram-se demasiado aos shooters. Dizem que o rácio de adesão (em português soa tão foleiro) anda de volta dos 7 jogos por consola - cada consola vendida causou em média a venda de 7 jogos - no entanto é de mim, ou é tudo muito shooter-like?

E sinceramente, acho que vai ser assim até ao fim desta geração. Uma Nintendo a olhar o mercado casual e a esquecer o hardcore. A Sony a passar uma imagem de luxo, a colocar as ambições demasiado altas e atrasar-se para a festa, enquanto tenta ser excelente para todos. E uma Microsoft incapaz de tirar a etiqueta "Sobretudo Hardcore" dos seus produtos.

A PS2 tinha 3 variantes a seu favor: um meio competitivo idêntico (as consolas não diferiam muito entre si); tinha um SDK simples e poderoso para permitir o lançamento de bons jogos em tempo útil; e não era um item de tanto luxo como a sua sucessora, que possibilitava ser mais barata e acessível a mais carteiras.

Nesta geração parece tudo estar fragmentado, havendo por parte dos 3 gigantes uma especificação em mercados distintos. Acho que de todas estas gerações, esta é aquela em que faz mais sentido ter múltiplas consolas.

Irónico, quando se vendem produtos que pretendem centralizar num só aparelho tudo o que é funcionalidade.

3 comentários:

LFLivramento disse...

É pah, muito bom artigo! Subscrevo-o na totalidade.

António Ferro disse...

Domo arigato ^_^

PT Lyon disse...

É dificil dizer quem ganha sem definir o que é "ganhar".

Se "ganhar" for vender mais consolas, ganha a Nintendo.

Se "ganhar" for definido pelo espaço ganho/perdido no mercado, ganha a Microsoft... e a Nintendo talvez.

Se "ganhar" for impor o próximo formato físico, ganha a Sony...

E claro, definir o que é "perder".

Se "perder" for definido como a menor satisfação dos clientes, perde a Nintendo.

Se "perder" for definido tendo em conta o desempenho de cada máquina, bye bye Microsoft

Se "perder" for definido pelo número de jogadores perdidos, perde a Sony.

E por ai fora...

Mas fazendo um cálculo global, diria que nunca se poderá dizer que a Microsoft e a Nintendo tenham perdido alguma coisa na transição da geração anterior para esta. Já a Sony... ainda corre esse risco, mas está dependente apenas dela para não "regredir".

 

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