GTA 4: Homens? Ou Ratos?

Tenho estado a acompanhar toda a "cena" em redor do GTA 4. Um jogo polémico, em que o mote é a liberdade. Somos livres para cumprir as regras. E livres para as quebrarmos. Quebrarmos de formas atrozes e escandalosas. E quando as quebramos, o que é que isto diz de nós mesmos, enquanto membros da Humanidade?


Nada. Absolutamente nada. Muitos poderão chegar e dizer, aliás acusar, do GTA corromper as pobres mentes de quem o joga. "Murder Simulator" como já ouvi alguém dizer. Será? Será que quem o joga perde aos poucos a noção do que é viver em sociedade e vira predador? Vira sociopata de trazer por casa? Somos nós ratos, incapazes de proteger as nossas mentes daquilo que nos bombardeiam todos os dias? De desculparmos a nossa falta de civismo com estímulos dos quais não somos responsáveis?

Ou somos homens? Livres de escolher e de responder perante as nossas escolhas? Sim, no GTA 4 podemos fazer o que nos vai na "real gana", mas para mim, a liberdade de escolha começa antes de iniciarmos o jogo. Começa por assumirmos que não é mais que um jogo e que o fazemos porque nos queremos divertir. Queremos ser entretidos, como a plebe romana o era pelos gladiadores, no seu tempo.

Fazêmo-lo porque nos conhecemos e sabemos que, enquanto Homens, somos responsáveis por nós mesmos e de certa forma por aqueles que nos rodeiam. Porque sabemos que estando um jogo a pôr em causa tudo aquilo que aprendemos, somos capazes também de o pôr em causa e questionar a sua legitimidade.

Somos homens quando somos donos de nós mesmos. Somos ratos quando dizemos que a culpa não é nossa. Somos, sobretudo, algo no meio.

Boa noite. Sou o Monarca e este foi o meu primeiro post.

Obrigado pela vossa atenção.