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TAKEitGame

terça-feira, 1 de abril de 2008

Análise: Rainbow Six Vegas 2


Por: deuteros


Pois é, no que toca a shooters com sucesso nas consolas, acaba sempre por haver uma sequela. Rainbow Six Vegas não é excepção. A equipa "Rainbow" está de volta para mais uma incursão na cidade da luz norte americana. Incursão essa, que será a ultima nesta cidade, de acordo com os produtores.

Ao contrário de Vegas 1 - que quando saiu em Novembro de 2006 revelou-se uma excelente estreia deste franchise nesta geração e que mesmo com Gears of War havia espaço no mercado para estes dois jogos dado que a escolha neste género não era muita na altura - desta vez RB6V2 tem que competir com shooters de elevadíssima qualidade como é o caso do inigualável Call of Duty 4 que continua a fazer as delicias da comunidade online, e que diria mesmo que é quase o jogo perfeito no género shooter.

Para fazer esta analise a RB6V2, irei tentar esquecer Call of Duty 4 no que toca a comparações, se bem que nalguns casos específicos é quase impossível.

A Historia... ou falta dela

Vamos à historia primeiro. Rainbow Six Vegas 2 começa onde o primeiro acabou, só que desta vez o jogador encarna o papel de "Bishop", um agente retirado destas lides, que é chamado para resolver uma série de problemas depois do desastre ocorrido no primeiro titulo. O jogo é parte prequela, parte sequela, onde ao contrário do primeiro titulo onde a acção era passada nos vistosos casinos cheios de luzes de "neons" e moedas a saltar das "slot Machines" por tudo quanto era lado, desta vez a acção é passada nas partes mais industriais da cidade, longe das áreas mais conhecidas da cidade, e onde os casinos estarão quase sempre a quilómetros onde a nossa personagem andará aos tiros a tudo quanto se mexe. Digo quase, porque só por uma vez é que entrarão num Casino, e somente mais para a frente no jogo. A história é banal e insípida, onde se salva no entanto o bom trabalho de vozes dos actores, principalmente na parte final do jogo.


Customização no seu melhor

Bishop pode ser um "ele" ou uma "ela". Tudo na personagem é customizável, desde sexo, raça e características. Antes do jogo começar, o jogador é confrontado com a opção Create-A-Soldier - opção essa que já vem do primeiro jogo- que permite escolher a nossa personagem da forma que mais nos agradar. O "face Mapping" também está presente neste jogo, permitindo colocar com a câmara Live vision a nossa cara na personagem. A customização está, na minha opinião, absolutamente excelente.


Let´s go boys

Uma vez escolhido o nosso "boneco", estamos prontos para a batalha. Podemos tambem definir a dificuldade de jogo, onde há 3 opções: Casual, Normal e Realistic.

Bishop irá comandar dois soldados, de seus nomes Jung e Michael, em que damos variadas ordens, tudo num simples toque do D-Pad. A inteligência dos nossos colegas podia estar melhor. São capazes do melhor e do pior. Uma situação em que nós iremos confiar muitas das vezes é mandar os nossos bonecos abrirem uma porta e limpar a sala. Nisso, eles varrem tudo o que aparecer. Por outro lado conseguem a proeza de estar a dois metros de distancia do inimigo aos tiros, e nem um nem outro consegue acertar. Chega a ser cómico.


O mesmo conteúdo de sempre

Para além do Single Player a solo, temos tambem a vertente co-op, e o já conhecido Multiplayer.

O Co-op está dividido em 2 formas:

- Single Player: podemos fazer a história com um amigo. Nós encarnamos Bishop, o herói principal, e o nosso amigo encarna o papel de Knight. Neste modo só Bishop pode controlar os nossos colegas controlados pela maquina, Jung e Michael.

- Terrorist Hunt: Esta opção serve 4 jogadores ao todo, onde o que temos que fazer é matar terroristas nos mesmos mapas do Multiplayer. Temos as opções neste modo, de definir as mesmas dificuldades de jogo presentes no single Player, com a adição de podermos escolher também a densidade dos inimigos presentes no mapa que iremos jogar. Terrorist hunt resulta bem e oferece muitas horas de divertimento online.

No Multiplayer, para além dos já conhecidos do primeiro jogo, temos 2 novos modos de jogo. São eles:

- Team Leader mode: Um líder é nomeado para cada uma das equipas, onde os jogadores terão Respawns ilimitados enquanto o seu líder estiver vivo.

- Demolition mode: este modo é fortemente inspirado no jogo counter- strike, onde uma equipa tenta plantar a bomba, e a outra tenta prevenir que isso aconteça.

No capitulo do Multiplayer importa fazer algumas considerações. Os mapas estão bons e equilibrados oferecendo vários modos que permite obter uma grande variedade nas escolhas, mas é nos factores técnicos que o jogo não brilha. Como já é imagem de marca dos jogos da Ubisoft, também neste a exigência de uma boa ligação é crucial para se poder desfrutar o jogo em toda a sua plenitude. Obviamente com estas exigências impostas, torna-se claro que a diferença de quem é o "Host" da sala e quem não o é, fica "estupidamente" brutal.

Eu não queria mencionar o Call of Duty 4, mas aqui é impossível fugir. Não consigo compreender como um jogo como o CoD4 que tem no seu online, somente um ligeiro decréscimo ao nível da qualidade gráfica em relação ao seu single player, e que se consegue portar quase na perfeição, o mesmo não se passe com Rainbow six Vegas 2 em que, ainda por cima, os gráficos não são nada por aí além (já lá iremos), e que se comporta de forma tão medíocre.



Uff.. aí vem algo inovador

Uma das grandes adições a esta série (para não dizer única) é a forma com que o jogador sobe de ranking e desbloqueia armas e novos equipamentos. O sistema chama-se Advanced Combat Enhancement Specialization (A.C.E.S.), que basicamente funciona da seguinte forma:

Por cada objectivo que o jogador completar, ou inimigo que matar, ganhamos pontos de experiência. Quando ganharmos os suficientes, Bishop sobe de ranking. À medida que vamos subindo vamos desbloqueando novas armas, armaduras, novos equipamentos, etc.

Para além dos já mencionados pontos de experiência, existem também os pontos A.C.E.S., que vêem em três categorias: Assault, Close Quarters e Marksman. Dependendo das acções que tomarem, ganharão pontos nestas respectivas categorias.

O sistema é muito bem vindo, dado que está construído para recompensar o jogador em tudo o que faz, e onde faz, no jogo. Seja no single Player, Co-op, ou multiplayer, o jogador será sempre premiado de acordo com as acções que toma.


A jogabilidade de Vegas 1... perdão... Vegas 2

Na jogabilidade, está tudo na mesma. Este jogo é o "rei" do "mais do mesmo". Para além da adição da função Sprint, que permite ao jogador correr por um breve período de tempo, tudo o resto se encontra igual ao primeiro titulo, demasiado igual, diga-se. O sistema de "cover", o comportamento das armas, o ritmo (lento) de jogo, etc.

Aqui nota-se que a Ubisoft não quis mexer numa formula que se revelou outrora de sucesso. No entanto fica a sensação que o jogo ficou parado no tempo, e que podia perfeitamente ir um pouco mais além. Seria muito bem vindo - principalmente a quem possui o primeiro jogo - novas adições na jogabilidade, que pudesse de alguma forma justificar este jogo como uma sequela. A sensação que dá é que R6V2 é mais uma expansão "stand alone" do que uma sequela. Isto sem mencionar a disparidade de "bugs" que o jogo tem. É incrível como um jogo que tem um nome tão forte atrás, e produzido por uma das maiores casas nesta industria, venha com tantas falhas, e muitas delas completamente evitáveis. Este é um jogo inacabado, feito à pressa, com o intuito claro de "fazer render o peixe".


Gráficos e Som

Graficamente o jogo está...assim assim. Não estão bons, mas tambem não estão maus. Tendo em conta que corre no excelente motor Unreal engine 3, é de lamentar a pobre qualidade gráfica do jogo. Bem sei que esta série nunca ficou notabilizada pelos gráficos, mas isso não serve de desculpa para tudo. Os efeitos de luz até estão bons, o ambiente e cenários estão bem recriados, mas falta a tal elegância que este motor já nos habitou em anteriores títulos suportados pelo mesmo. Falta o cuidado aos detalhes. O "motion capture" para este jogo foi aproveitado de forma completamente deficiente, com particular ênfase para os inimigos, que quando morrem parecem bonecos de trapos. Para completar o grafismo, dizer que existe também uma certa perda no "frame rate" quando há muita coisa a acontecer ao mesmo tempo no ecrã, mas não influencia muito a experiência.

Quanto ao som, tem pontos muito bons e pontos muito maus. A banda sonora é muito boa, mesmo tendo em conta que não tem grandes nomes como Harry gregson Williams ou Hans Zimmer na composição. As vozes dos actores estão absolutamente excelentes, mas depois nos efeitos sonoros é que a coisa descamba. São medianos e não cativam e, nalgumas situações, completamente desfasados. A titulo de exemplo, quando se carrega uma arma o som está completamente desfasado daquilo que o boneco está a concretizar visualmente. isto não acontece em todas as armas, mas verifica-se na maior parte delas. Este exemplo é onde nos apercebemos rapidamente que este jogo foi apressado, e mal cuidado.


Conclusão

Vegas 2 não surpreende em nenhum ponto. Tem uma jogabilidade muito própria, não encontrada em mais nenhum jogo no mercado, mas chamar este jogo de sequela é ser demasiado generoso. Não que não tenha conteúdo para ser uma boa compra, porque até o tem, mas questões técnicas - algumas delas mesmo básicas - fazem com que este jogo não brilhe, e acabe por afastar muitas pessoas, tendo em conta os excelentes títulos já disponíveis no mercado.

É pena, porque fica a ideia que este titulo até podia encaixar muito bem entre o "campismo sonolento" de G.R.A.W 2 e o "Trigger Frenzy" de Call of Duty 4, mas a forma despreocupada com que a Ubisoft tratou este jogo não o permitiu progredir, ir mais além, mesmo tendo em conta as novas adições, como o novo sistema de ranking, que até está muito bem implementado.

Recomendado, mas não obrigatório, somente aos fãs da série Rainbow Six.

4 comentários:

PT Lyon disse...

Bom trabalho, grande review deuteros!

É assim mesmo, quando é para elogiar, todos elogiam. quando é para criticar, só alguns xD

E quando falo em criticar, é justificadamente, claro :P

LFLivramento disse...

É o que dá a Ubisoft não dar o chequezito aqui ao PTOG.

Telefonei à Jade Raymond e perguntei-lhe:

"Kome ké!?? o cheque vem ou não!? olhem que eu mantenho a análise!"

Ela disse-me:

"mantém, mantém. Eu até não tenho nada a ver com esse jogo. Ainda por cima os gajos do desenvolvimento até cheiram mal dos pés, por isso até me convém que sejam corridos daqui para fora"

looooooooooooooool

PT Lyon disse...

então e apresentares a Jade ao pessoal, n?

Seven999 disse...

Excelente análise Deuteros .. gostei muito de a ler ! ;)

Abraços

 

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